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terça-feira, 2 de julho de 2013

Sumô



De acordo com a lenda japonesa, a própria origem da raça japonesa dependeu do resultado de uma disputa de sumo. Tão discutível quanto isso pode soar, a supremacia do povo japonês nas ilhas do Japão foi supostamente estabelecida quando o deus, Take-mikazuchi, venceu uma luta de sumo com o líder da tribo rival. Isso, é claro, é apenas uma lenda, e as origens exatas, acredita-se, são baseadas em religião.

Acredita-se que as primeiras lutas de sumo tenham sido uma forma de ritual dedicada aos deuses, as quais eram executadas juntamente com danças e dramaturgia nos arredores de determinados templos. Desde o século oito (o Período Nara), um festival de luta era realizado anualmente, onde uma forma antiga do sumo de hoje era performada perante a Corte Imperial. Havia menos regulamentos para as competições do que existem hoje, e os combates combinavam elementos do boxe e da luta livre. No entanto, com o passar dos anos, foram sendo formuladas regras, e desenvolveram-se técnicas, de forma que a luta foi gradualmente evoluindo para o sumo que existe hoje.

Após a unificação do Japão sob o Shogunato Tokugawa, em 1603, foram organizados grupos profissionais de sumo, a fim de entreter a classe trabalhadora em rápido crescimento, e o sumo tornou-se o esporte nacional do Japão. A atual Japan Sumo Association tem suas origens nesses primeiros grupos formados no Período Edo. A associação de sumo de Tokyo juntou-se à associação de Osaka, em 1927, para formar o 'Kyokai' do Sumo moderno (a associação ou admistração oficial). A Nihon Sumo Kyokai administra o esporte sob o Ministério da Educação no Japão.

O ringue do Sumo: É chamado de 'dohyo', e tem o nome do saco de palha de arroz que demarca suas diferentes partes. O doyo possui 18 pés quadrados, e 2 pés de altura, e é construído de um tipo especial de argila. A superfície rígida é coberta com uma fina camada de areia. O ringue em si mede pouco mais de 15 pés de diâmetro. Acima do dohyo, pendurado por cabos, há um teto assemelhando-se a um templo Shinto, com quatro enormes borlas penduradas em cada canto - as quais representam as estações do ano.

Regras: Ganha-se a luta ao forçar o oponente para fora do círculo, ou jogando-o no dohyo. No entanto, não é preciso que você caia ou seja forçado para fora do ringue para perder uma luta. Simplesmente tocar o chão com qualquer parte do seu corpo é o bastante para perder a disputa. Pisar com um dedo do pé ou o calcanhar no fardo de palha que marca o círculo também irá significar derrota. Nem é preciso mencionar que sufocar, atacar com os punhos, arrancar os olhos, etc, são proibidos. Também é contra as regras agarrar a parte da faixa que cobre os órgãos vitais. Como não há limites de peso, como ocorre no boxe ou na luta livre ocidental, é possível que um rikishi (lutador de sumo) venha a encarar um oponente com o dobro do seu peso.

Juízes: Sentados em volta dos quatro lados do dohyo ficam os juízes, vestidos em kimonos pretos. Caso haja alguma dúvida sobre a decisão do árbitro, os juízes sobem ao ringue e resolvem entre eles a questão. Pode acontecer dos juízes anularem a decisão do árbitro, ou pode ser solicitada uma nova luta - o que geralmente ocorre quando ambos os participantes aparentam ter tocado o chão ao mesmo tempo, e é impossível decidir quem é o vencedor.

Árbitro: As únicas pessoas presentes no ringue, além dos próprios rikishi, são os 'gyoji', ou árbitros. Eles se vestem em kimonos estampados da mesma forma que o estilo vestido pelos samurais do Período Kamakura, há aproximadamente 600 anos atrás. Assim como os rikishi, os árbitros também são classificados, e somente um árbitro de alta posição pode presidir uma disputa que envolve um yokozuna (a lista dos melhores lutadores). A posição de um gyoji pode ser determinada pela cor da borla no seu leque - púrpura, ou púrpura e branca para os tate-gyoji (altas posições), vermelha para os que correspondem ao san-yaku, vemelha e branca para os maku-uchi, azul e branca para juryo e azul ou preta para as posições abaixo. Os árbitros das posições mais altas vestem o tabi, meias japonesas que possuem uma divisão para o dedão do pé, e zori, sandálias de palha, enquanto os das posições mais baixas ficam descalços.

Torneios: Há seis Grandes Torneios por ano, três que acontecem em Tokyo, e um em Osaka, Nagoya e Kyushu. Um torneio dura quinze dias, e a cada dia, o rikishi disputa uma vez contra um oponente diferente. O vencedor do torneio é aquele com o melhor registro de ganhos sobre derrotas, e é gratificado com a Taça do Emperador no dia final, depois da última luta. Há três prêmios adicionais, o shukunsho, entregue ao rikishi que contrariou o maior número de yokozuna e ozeki (segunda posição mais alta, depois do yokozuna), o kantosho, pelo espírito de luta, e o ginosho, pela técnica. Para ser elegível a qualquer um desses prêmios, o rikishi precisa também ter vencido pelo menos oito de suas quinze lutas.

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